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sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Em BUSCA da IDENTIDADE"

...Os seres humanos vivem envoltos em teias de significados simbólicos por eles criados e que lhes conferem os sentimentos de identidade, de “pertencer” ao mundo e ao grupo que professe as mesmas crenças e valores. Esses recursos simbólicos permitem aos indivíduos perceberem-se como atores e sofredores, ativos ou passivos, sempre como participantes de uma determinada cultura. São também esses recursos simbólicos, portadores de significados e carregados de sentidos – orações, ritos, músicas e danças religiosas e profanas, lendas, leis, normas e instituições – que possibilitam o funcionamento da imaginação e sua materialização como “bem” público, sagrado ou secular.
A destruição e o caos causados pelo avanço impetuoso da chamada modernidade, criaram o caldo de cultura fértil para o renascimento do fanatismo fundamentalista, do isolacionismo, da xenofobia e intolerância e da propensão à “guerra santa” contra os “infiéis”.
Em busca do “paraíso perdido”, milhões de deserdados aderem aos falsos profetas da violência, individual ou coletiva, nos quais procuram encontrar identidade e sentido para suas vidas.
Chegamos a uma encruzilhada na evolução da espécie humana. A ameaça de cairmos numa nova idade de trevas tornou-se concreta e visível para todos, a partir do ataque de um punhado de suicidas aos símbolos de poder militar e econômico norte-americanos e, em seguida, pelas guerras desencadeadas contra o Afeganistão e o Iraque, logo conotadas falsamente como um conflito de culturas (S. Huntington), entre o Ocidente e o Oriente.
Em vez de aplicar a “lei de Talião”, de “... olho por olho”, deve-se envidar todos os esforços para eliminar as causas da revolta e do ódio das multidões islâmicas, inimigas de uma globalização que amplia o fosso entre pobres e ricos, ameaça as culturas tradicionais e sufoca os movimentos legítimos de emancipação e autonomia.
Eis um desafio para a humanidade no início de século e de milênio: como superar a contradição entre a valorização da cultura própria, tradicional ou moderna, e a intolerância, o preconceito e desprezo pela cultura dos “outros” ou, em outras palavras, como assegurar a aceitação dos outros e, portanto, o convívio pacífico entre membros de culturas diferentes?
O desafio reside na construção de um mundo novo, repleto de alternativas que contemplem a todas as organizações e movimentos, em sua rica e imensa diversidade............

Um comentário:

  1. Isso é complicadíssimo mesmo. O princípio da alteridade se perde cada vez mais. O ato da compreensão, de se reconhecer no outro, de compreender cada ser humano como um mundo. Todo ser humano é IDEOLÓGICO, SOCIAL,POLÍTICO,MÍSTICO, SOCIAL E SEXUAL.
    O problema é que algumas nações, como os EUA (sempre eles) usam de manipulação ideológica pra promover uma comoção social que justifique todo esse terror.

    Você escreve muito bem, gato, parabéns. Tô seguindo já.

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